A força de suas pinceladas, a expressividade que ele dá aos personagens retratados, e também a simplicidade das obras fazem parte da sua identidade e que eu também busco em meu trabalho (um longo caminho ainda a percorrer…). Qual foi minha surpresa que, chegando em Paris, estava acontecendo no Grand Palais, uma exposição enorme sobre o artista! Oba!! Duas oportunidades de me encantar!
Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (1864 – 1901), foi um pintor pós-impressionista e desenhista francês famoso por suas litografias e pôsteres dos salões de dança parisienses do final do século XIX.
Filho de uma família da aristocracia francesa, de cavaleiros e caçadores, foi incentivado para o mundo das artes desde a infância, com cavalos sendo temática constante em seus desenhos.
Muitas de suas obras iniciais foram feitas em um período de recuperação, após dois acidentes que comprometeram seu crescimento, devido a uma doença congênita que lhe conferia fraqueza óssea.
Aos 14 anos teve como tutor o artista René Princeteau, especialista em desenhos de cavalos e temas de caça.
Princeteau se encantou pelas fotografias de Muybridge, que desvendaram o galope equino, sendo fácil imaginar que seu pupilo também se interessasse pelo tema, aprendendo a capturar o movimento e a velocidade em seus traços.
Aos 18 anos se mudou para Paris, onde estudou com Léon Bonnat, pintor defensor das normas acadêmicas e que não gostava dos desenhos de Lautrec.
Alguns meses depois, foi para o estúdio de Fernand Cormon, que demonstrou maior apoio com seu estilo de pintura.
O estúdio ficava em Montmartre, que rapidamente se transformava em um bairro boêmio de Paris, repleto de entretenimento, paraíso dos artistas, onde Toulouse se viu em meio a um turbilhão de vida noturna e passou a captar o movimento dos can cans e retratar os personagens dos salões e cabarés.
Seu estilo transgredia as proporções anatômica e as leis da perspectiva em favor da expressividade.
Suas obras possuíam um tom de sátira, uma composição dinâmica, destacando a individualidade em meio ao grupo.
A vida boêmia não agradou seus pais mas foi o que colocou Toulouse-Lautrec como um dos pintores mais conhecidos de sua época, principalmente após fazer o cartaz publicitário para o mais famosos cabaré parisiense: Moulin-Rouge: La Goulue, fazendo-o famoso do dia para a noite, e o tornando o maior criador de cartazes de Paris.
Lautrec viveu sua vida intensamente, no ritmo de sua criatividade e desejo de liberdade. Porém a busca constante por prazer, trabalho extenuante, pouco sono, sífilis e o abuso do álcool prejudicaram muito sua saúde, levando-o a ser afastado de Paris aos 30 anos. Aos 34 anos fez sua última exposição, na filial londrina da galeria Goupil.