Uma das poucas mulheres artistas reconhecidas do século XIX, essa é Rosa Bonheur, famosa por seu trabalho preciso e rico em detalhes (admirado até mesmo por Delacroix!) e também por sua pessoa, considerada excêntrica para a época: usava cabelos muito curtos e roupas masculinas (autorizada pela prefeitura, pois justificava que era mais adequado ao seu trabalho), além de viver com uma amiga.
Rosa nasceu em uma família de artistas na qual seu pai, além de ensinar os filhos a pintar, buscava educá-los em igualdade de sexos, assim teve acesso à educação, o que não era usual para as mulheres.
Porém Rosa era indisciplinada e, para incentivá-la a ler e escrever, sua mãe a colocava para desenhar animais para cada letra do alfabeto (talvez por isso sua predileção para pintá-los!).
Na busca da precisão anatômica e de movimento dos animais, freqüentava fazendas, currais, mercados, feiras de cavalos e até mesmo abatedouros e o Instituto Nacional de Veterinária.
Uma de suas obras mais conhecidas é “A Feira de Cavalos”, que mostra o mercado de cavalos de Paris, como um “desfile enlouquecedor de carne humana e animal em uma cena de batalha épica” (New York Times).
A obra monumental, de 2,44 x 5,07 m, que hoje se encontra na Metropolitan Museum of Art em Nova York, demorou 18 meses para ser concluída.
Rosa já era bem conhecida por suas pinturas de animais quando a obra estreou no Salão de Paris de 1853, sendo aclamada pela crítica, quando nenhuma outra mulher jamais conseguira um trabalho de tal força e brilho, e nenhum outro pintor de animais havia produzido um trabalho deste tamanho!
A artista relatou que ao chegar na fase final da pintura, inspirou-se em George Stubbs, Théodore Gericàult, Eugène Delacroix e nas esculturas da Grécia antiga, referindo-se à Feira de Cavalos como seu próprio Paternon.