Em sua trajetória artística, bailarinas clássicas e cavalos de corrida adquirem importância por possuírem corpos treinados para o movimento e a repetição.
Interessado, sobretudo, pelo traço e pelo sentido de movimento, na tentativa de romper com o mobilismo de uma quadro, ele inventava enquadramentos. Suas imagens são sempre cortadas nas bordas dos quadros, como se fosse uma foto mal enquadrada.
A composição de suas pinturas é inusitada, geralmente apresenta grandes planos, às vezes alongados, descentralizadas ou assimétricas, com grandes lacunas em um dos lados, jogos de perspectiva; corpos em posições muito forçadas, e abordagens de personagens capturados em um ângulo diferente ou colocando uma cabeça em primeiro plano.
No caso das cenas equestres, a tentativa do pintor é capturar os momentos que antecedem ou sucedem o evento principal.
Para isso ele usa elementos desorganizados da cena, muitas vezes compostos a partir de esboços, para explorar as formas de cavalos, jóqueis e carruagens e retratar o ambiente das corridas.
Em 1872, Degas volta da guerra com sérios problemas de visão.
Ele começou, então, a se dedicar a formas de expressão mais compatíveis com as suas deficiências visuais: transformou totalmente sua técnica de pintura, tornando-a menos minuciosa, e passou a utilizar sobretudo o pastel, que pode ser trabalhando com maior rapidez e não exige grande definição de detalhes.
Tentou, também, o caminho da escultura, onde o toque determina a obra e, que, por isso mesmo, representava para ele um meio mais fácil de se expressar.
De acordo com uma pesquisa feita do departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), nenhuma das peças foi feita em bronze por seu criador. “Toda a fundição foi póstuma. Os materiais originais das esculturas eram cera, estopa, pedaço de arame, rolha, argila e plastilina, uma espécie de material sintético”.
Hoje, duas dúzias de esculturas podem ser vistas no segundo andar do Masp, ao lado de duas telas do artista francês.